Arquitetando Meus Sonhos
Todas as noites, reúno cargas para os sentidos me guiarem ao oeste, onde se põe, descaradamente, a magia condensada e atrevida.
Todas as fontes são relíquias em mim, têm fel a amainar e feras a cobrir de espinhos.
Não dou de pata na alva e lânguida tela; fico aguardando suspiros, desses que, quando reluzem, varrem para milhas as trilhas e ardem os vastos cerimoniais e anteparos inescrutáveis de dor.
Doto de flores incolores, embora sinânteras, de pétalas e segregadas sépalas, as quais, por poucos átimos, mugem o vazio com insustentabilidade do grito, por capciosos e inverossímeis lenços – estes tendem a drenar meu pranto – desconsolo!
Resta-me às vezes, na partida duma colcha à brisa, na batida de um trouxa à pisa, nuanças desprotegidas de sorrisos, manhãs que se deparam com láparos nas auroras, entrelaçadas e pasteurizadas.
Não sou ternura – meus atos me tolhem por inteiro – nem sou Pasteur – não sei curar a dor do fígado - mas serei pastor das contas e das retas tracejadas a construir, com as mãos, uma escadazinha na qual eu possa pleitear novamente a paz ao inconsolável coração.