Tatear no escuro

Quando em noites escuras meus olhos perdidos na penumbra tentarem te encontrar,

Buscarei seu cheiro, seu perfume inconfundível, que fazem das minhas narinas pupilas que acendem os faróis do meu olhar que não desiste de te achar.

Quando em tardes sombrias, que mais prometem vento e chuva, não me esquivo da procura e mesmo que pareça loucura, saio, sem me importar se vou me molhar ou simplesmente divagar sem nada aproveitar.

Não me importa o tempo, se dia ou noite, se claro ou escuro, se quente ou frio, sigo me orientando pelo instinto que às vezes me aquece, noutras me dá calafrio, todavia sigo na certeza de uma possível promessa do destino, que como um badalar de um sino, mantém vivos os meus intentos de te ganhar.

O que explica esta atitude, talvez nem se encaixe num perfil esperado de alguém que busca no comportamento humano fórmulas para resolver problemas alheios.

Como já cantavam os "Engenheiros" ninguém é igual a ninguém, e viva essa diferença que extirpa essa provável expectativa esperada. Eu prefiro tatear no escuro e ser surpreendido com um abraço já quase esquecido, mas sempre bem-vindo, especialmente se for o seu. Antes que alguém acenda a luz, vou perguntar: será você mesmo, que eu tanto esperava, que está aí?

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 24/03/2011
Reeditado em 09/11/2011
Código do texto: T2868767
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.