Perdão

Num ímpeto foi envolvida

Com força abraçada

Medo em seus olhos

Esquivava como quisesse perdão

Que culpa tinha?

Nas lagrimas umedecida

Corria na pele negra

Veraz e animal

Apalpava as nadegas

Sentava-a ao corpo

Desejado o corpo

Com as pernas forçadamente abertas

Sentia o demoníaco desejo querer violar

Um pecado perdoado pelo deus papal

Chupava as tetas gordas

Olhos que olhavam com torpor

Na dor gemida

Ele a violentava

Mordia, apertava, lambia

E ela se questionava

Por que abandonaste?

Por que não perdoa essas peles?

Que feridas pelo sol e essas mãos calejadas

E as costas surradas

São violentamente torturadas

Pelo deus

Deus do branco

Que pornograficamente incitam esses diabos

A submeter à vergonha e quem se ergue

Logo tomba e na face que sangra

Podridão exala no chão

Solo embebe litros líquidos vermelho

Como podem ser vermelhos os sangues brancos?

Por que semelhança há entre nós?

Que anátema somos para o próprio deus

E pelas palavras dessa negra que escoa e sente dor, e sente pena de si,

E sente o corpo desfalecer e antes que morra põem no inculto resmar

Por quê? Deus de cor negra não quer perdoar por quê?

Tragar um a um à cada dia com seus diabos brancos

Perdoe nos deus negro perdoe.

Bortella C
Enviado por Bortella C em 28/03/2011
Reeditado em 31/03/2011
Código do texto: T2876035
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