Na Eternidade de um Silêncio
E quando tudo acaba num mudo silêncio constrangedor
Olhares que não mais se cruzam.
Não queremos dar o braço a torcer, mas torcemos para que haja algo que desvirtue o grande vazio que se formou agora.
Parece que nunca mais se termina esse gosto amargo na boca, ele não se consome, mas se alimenta, aumentando de tamanho e comprimindo o resto de mim contra a minha própria pele, seca e triste.
De tão grande a pressão, as primeiras lágrimas descem desgovernadas e vão em direção ao chão frio que há de me esperar.
O silencio que continua tão grande, torna escuro o ambiente, provocando um sentimento de medo pueril, deliberado e grosseiro com o qual tenho que conviver durante a eternidade dos próximos momentos.
Tolos os que na matemática dos eventos, insistem em procurar o mesmo resultado ao invés de evitá-lo.
Discórdia!
Um breve toque viola subitamente o que resta de minha muralha, muito sem graça, recolho-me e me compacto num lugar ainda menor do que já estou, mas ao olhar para o lado veja a mesma cena, como se refletida num espelho, mostrasse a minha própria agonia.
Adultos que todos fingimos ser, agora envergonhados com sua própria fragilidade esperando a próxima estação de boas flores.
E quando o tempo finalmente passa, uma troca de gentilezas novamente reata duas linhas tênues que se engrossam e se amarram num forte nó de amor.
Enfim, a vida é assim, maluca em qualquer instante que a componha.