Transe

Cai num carrossel de cores,

envolto por paetês e copos de cerveja,

e meu olho louco a procurar por ela.

Nenhuma outra chamava mais minha atenção,

ela, mesmo sem dançar, era uma estrela perdida,

a lâmpada que atraía essa mariposa confusa.

Eu ia seguindo seus raios de luz entre a massa de corpos em frenesi.

Peguei seu braço e nossos olhos se agasalharam rapidamente.

Nos encostamos em uma parede e varamos a noite entre doses de carícia e amor louco.

os outros podiam continuar gritando, bebendo - não fazia mal, não podiam nos incomodar no mundo particular que se tornou aquele recanto.

Nunca saberei seu nome, nem ela o meu.

Mas tivemos o maior amor do mundo

naqueles breves momentos finais da noite.

Momentos - um punhado de pó disperso pelo vento.

Mas, tenho certeza, que desse punhado

um cisco cairá no meu olho sempre que falarem em carnaval.