Das cores: a luz

A viagem e os barcos soltos nos fragmentos de um mar quase azul,

Por onde volto aos nomes que sulcam lábios profundos

que te beijo.

Era esse o dia. Eu me lembro desse dia. Tinha tudo que queríamos na paisagem velada dos dedos febris. Demos outros nomes aos nomes das coisas. Inventamos um mundo para vivermos a reclusão de um dia assim. Eu me lembro desse dia:

As flores eram apenas as metáforas de um futuro breve:

Eu penso que era isso:

Uma linguagem, uma linguagem como criação do impossível:

Sabemos tudo sobre o impossível: Amamos.

Não consigo definir a estética desse lugar. Penso num intervalo. O não dito como narração desse sentimento, a boca cheia de sol nascendo o dia nesse lugar, pelas frestas, numa frase única, não diga

Eu digo: sem dizer nada

Era esse o cenário, era esse o lugar:

Os interstícios das palavras, por onde as aves regressam falando do infinito,

E o mar quase azul na urgência de um corpo eternizando outro corpo,

As palavras. e aí ficamos. como se fôssemos luz.

Carla Carbatti
Enviado por Carla Carbatti em 15/04/2011
Reeditado em 15/04/2011
Código do texto: T2910837
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