Das cores: a luz
A viagem e os barcos soltos nos fragmentos de um mar quase azul,
Por onde volto aos nomes que sulcam lábios profundos
que te beijo.
Era esse o dia. Eu me lembro desse dia. Tinha tudo que queríamos na paisagem velada dos dedos febris. Demos outros nomes aos nomes das coisas. Inventamos um mundo para vivermos a reclusão de um dia assim. Eu me lembro desse dia:
As flores eram apenas as metáforas de um futuro breve:
Eu penso que era isso:
Uma linguagem, uma linguagem como criação do impossível:
Sabemos tudo sobre o impossível: Amamos.
Não consigo definir a estética desse lugar. Penso num intervalo. O não dito como narração desse sentimento, a boca cheia de sol nascendo o dia nesse lugar, pelas frestas, numa frase única, não diga
Eu digo: sem dizer nada
Era esse o cenário, era esse o lugar:
Os interstícios das palavras, por onde as aves regressam falando do infinito,
E o mar quase azul na urgência de um corpo eternizando outro corpo,
As palavras. e aí ficamos. como se fôssemos luz.