UM PEDIDO SOLITÁRIO

Estar sozinho, solitário? Quanto custa? Um texto?

Posso ser maior, posso encantar palcos, posso pedir um pão, posso piorar meu destino.

E porque irei parar, porque irei pedir, porque farei esse texto?

Esse serei eu tentando conhecer o mundo, tentando invadir desertos, tentando ser imenso.

Serei pra ser, transformarei para tentar, encantarei pra viver.

E como nasce a páscoa, como nasce os dizeres, como nasce os pertences, como nasce o coração.

Hoje sambo pra ser igual, nego pra ser inoscente, faço da vida descente, sou todos os que não sou, rezo para todos que quero, quero tudo que não posso.

Não poderei conquistar a todos, poderei disfarçar os meus perdizes, posso virar um aprendiz, posso ser o que não posso.

Me digas o que tu pregas, serei a verdade que não me permite, buscarei o que dizes que nós somos, e serei tu, serei eu, serei uma voz das vozes que diz.

E o que digo quando abraço, o que dizemos quando queremos, o que dizemos quando sentimos. Despedir-me! Não...

Mas sem o não o que serei, o que farei e para onde vou?

Perdido, sim. O que significa eu daqui, e você me lendo. Me vê? queremos isso? Então se veja, se amigue, e reconheça. Não sou nem digo o que queres, permaneço no que sou, sabendo que sou você.