Acreditei ter me trancado
Aquela suposta morte
Desvendada em instantes
Trouxe-me uma necessária isolação
E me pensei protegida
E me acreditei inatingível
E me imaginei intocável
Fiz escolhas
Abri algumas frestas
Festejei a vida contidamente
Veio-me ela tão inesperada
A realidade sem graça
A verdade sem trapaças
Um grito assustando suposições
Foi quando me preservei
Foi quando me tranquei
Foi quando me resguardei
Que vivi a ferida aberta
Que expus o mapa do tratado
Que sem nenhuma dúvida
Sem nenhuma incerteza
Bailei nua dentro da fogueira
Senti saudades do inferno
Sinto falta do inferno seu de cada dia nos meus dias
De tudo, o que lamento é ter perdido o rumo
Chamas que me chamaram e fui para elas feliz
Saudades daquela via expressa que me levou a quentura
À beleza falsa, mas tão encantadora das mentiras
As mais doces mentiras já inventadas e aceitas plenamente
Mentiras saboreadas como manjares divinamente infernais
Eu tenho fome, uma fome requintada daqueles quitutes...