A poética da vida

Ah! Aquelas curvas lá na frente. Um caminho no meio de tanta coisa sem sentido. Por vezes sentiu-se o trilho se perder e nem braços nem pernas foram suficientes para segurar o trem.

Pois que veio a noite, sem estrelas nem nuvens, e nas linhas perdidas do tempo não foi possível se encontrar. O ponto passara, tudo agora era deserto, somente idéias iluminando um estreito caminho por entre um abismo negro de espinhos. A solitude de momentos próprios é com uma faca bem afiada, corta suavemente, e percebemos uma dor aguda, que vai se instaurando aos poucos, na percepção de que o que se separa dificilmente se une como fora outrora.

No seio da vida gozamos dos sabores fúteis por entender que assim tudo está ganho. O corpo, incapaz, nos ensina que esse trajeto deve começar a toda velocidade e terminar a nenhuma. Ilusão de almas, os sonhos não se realizam jamais, e as ações são vazias, duram alguns minutos, horas, no máximo dias. Pois a tristeza dessa vida não está em seus momentos perdidos ou mal vividos, mas na alegria, na felicidade, a qual sabemos que tem que pode acabar, e aperda é algo com o quê não conseguimos lidar.

Depois das curvas, na clareira, haviam idéias, sempre elas. Representações do mundo as quais nunca enxergamos em sua real essência. Boa viajem àqueles que tem o espírito repleto de esperança, pois mesmo depois de um caminho tão penoso verão ao fim belas representações deesse mundo e do outro. Um sonho ganho por uma vida... Um sonho.