Mulher – Masterpiece.

Não sei ao certo a razão, mas, em dias como este, fúteis são as palavras...

Elas são pobres e até medíocres diante de dadas circunstâncias.

Não me atrevo a buscar campeá-las, as mais polidas entre tantas possíveis;

Tantas belíssimas, puríssimas em sua concepção, mas maculadas pelo descuidado emprego...

Às vezes, clichês, cacos, trôpegos trocadilhos, redondilhas rotas, enfim...

As palavras realmente se perdem diante de ti; na verdade, nós nos perdemos.

Talvez nos percamos porque queiramos demais conhecer, desbravar,

Desvelar aquilo que aos olhos mistério ainda jaz, mas eis que percebemos,

Ao sairmos de ti, o quão agradável era aí dentro, e assim, por toda a vida,

Buscamos, em vão, aquela sensação incrível de nada ter a fazer,

Nada provar a ninguém, não competir, brigar por espaço; aliás, espaço pra quê?

Bom mesmo daquele jeito, justo, ideal, na medida.

Ali não necessitávamos roupa, banheiro ou comida.

Mas, ali, nunca mais, e assim entendemos que,

Mesmo privados do quente lar, é a teu lado que encontramos abrigo, acalento;

Que junto de ti é nosso espaço; que, ao teu redor, o paraíso se faz;

Longe de ti, esse paraíso não existe; se existir, vazio será.

Sabemos, apesar da aspereza de nossos modos, que tu és o propósito maior,

A jusante para onde vertem todas nossas ações, cada esforço, cada sonho de conquista.

Sem ti, seríamos todos gordos, despenteados, néscios; talvez nem nos banhássemos.

Tu moves o mundo, bendita sejas; bendito teu andar macio, a candura de teus gestos;

Bendita desenvoltura com que preenches cada canto,

A facilidade que tens de tocar com carinho, desarmar com o sorriso.

Realmente, as palavras são vazias ante a árdua missão de louvar-te,

Elas não cabem tua grandeza, não cabem o amor que te guardo,

E te ofereço, a cada instante, por todos os dias de minha vida, mulher!

Éder de Araújo
Enviado por Éder de Araújo em 18/11/2006
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T294329
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