Silenciosa orquestra dos pirilampos
Que direi às estrelas,
Quando elas piscarem?
E ao vento,
Quando ele por aqui passar?
Que direi à lua cheia,
Com seu brilho de prata
Refletida nas águas mansas pantaneiras?
O seu imenso amor, construído nesta distância ingrata
Que direi aos pirilampos que ao correr
Às campinas a sua procura,
Num festival de pisca-pisca colorindo
Durante a noite quase escura?
O que eu direi, meu Deus!
Ao outono, inverno primavera e verão
Quando eles reclamarem da solidão,
Que sua ausência me tortura?
Que harmonia haverá
Quando os pássaros
Não ouvirem de seus lábios,
Cânticos como os que você entoava?
E quando não for possível
Ver e ouvir mais nada?
E quando tudo se emudecer perante o silêncio?
E quando o silêncio me tomar?
...
...
...
Que farei eu...?