Silenciosa orquestra dos pirilampos

Que direi às estrelas,

Quando elas piscarem?

E ao vento,

Quando ele por aqui passar?

Que direi à lua cheia,

Com seu brilho de prata

Refletida nas águas mansas pantaneiras?

O seu imenso amor, construído nesta distância ingrata

Que direi aos pirilampos que ao correr

Às campinas a sua procura,

Num festival de pisca-pisca colorindo

Durante a noite quase escura?

O que eu direi, meu Deus!

Ao outono, inverno primavera e verão

Quando eles reclamarem da solidão,

Que sua ausência me tortura?

Que harmonia haverá

Quando os pássaros

Não ouvirem de seus lábios,

Cânticos como os que você entoava?

E quando não for possível

Ver e ouvir mais nada?

E quando tudo se emudecer perante o silêncio?

E quando o silêncio me tomar?

...

...

...

Que farei eu...?

SÔNIA SYLVA
Enviado por SÔNIA SYLVA em 03/05/2011
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