SEDUÇÃO

Estou só em minha cama e me vejo viajar em você...

Ainda sinto aquela energia, toda aquela magia que vivemos no motel, naquela linda tarde de prazer.

Onde pude ser taça, meus seios coberto de chantilly, como um Everest para sua boca o descongelar. Os morangos em meus pelos, me eriçando, atiçando meu prazer, avidamente comidos, às vezes sendo espremidos, juntando os sucos, que meu corpo produz somente para você.

Aqui, lembro da brincadeira na cama daquele predileto motel... Onde você fez uma aliança com a tampa de uma lata, que matava nossa sede e disse que mesmo barata, ela seria nosso elo, nosso sonho eterno de juntos viver.

Meu corpo já está em brasa só de pensar em você.

Tiro meu pijama, jogo a minha blusa, fico de calcinha, estou quase nua.

Olho o telefone, que continua mudo.

No teto vejo uma aranha, tecendo sua teia. Me sinto como ela, tecendo uma trama feita de artimanhas, caricias, amor e desejo.

Queria neste momento ser um inseto qualquer, um mosquito, mosca, abelha, pra pousar em sua pele e ter novamente você.

Mas estou só em minha cama. E meu corpo se contorce lembrando nosso prazer. E me faço bailarina, rodopiando entre colinas, me enroscando na cortina, viajando em nosso prazer.

Vontade de pegar o carro, sair em velocidade e me agarrar a você.

Ou quem sabe a campainha soe em meus ouvidos e traga você ao meu ninho, me arrebatando os sentidos, tirando os meus domínios e eu transpire de prazer.

Um suor de corpos molhados, alucinados pelo ato, num sexo tântrico marcado pela volúpia de nós dois.

A cama é meu convite, minha lembrança adorada, do quanto fui amada, do tanto que vibrei com você.

Nem possuída, nem possuidora. Apenas uma amante apaixonada, querendo sentir sempre a jornada de tê-lo dentro do ventre, a toda hora, a todo instante, sem se importar com as horas, relógio, tempo ou qualquer medida mundana, que me leve da sua cama.

Quero de novo me fazer estrada, e sentir suas mãos encantadas, como se caminhão ou automóvel fosse, escalando os meus montes, abrindo os meus caminhos, invadindo meus labirintos.

Como se eu fosse sobremesa, iguaria ou ambrosia, eu sinto sua boca me sugar. Seu bigode, sua barba se confunde com meus pelos, eu me dou por inteiro, sou fábrica de néctar, mel... Sou toda e toda desejo.

Minha pele é cravo e canela, erva doce do prazer, que deita e se faz mesa, para ser engolida, avidamente por você.

Um pensamento me arrebata. Visto-me com pressa, saio em disparada. Já no volante, meus olhos cintilantes sabem que verão de novo o seu. Na primavera do meu querer, navego de encontro a você. Meu corpo não mais será inverno, com você pego fogo, viro um diabo, queimo... Ardo inteira. Ah. Como é bom amar você!

(texto nascido para um concurso de sedução, onde foram escolhidas palavras que deveriam compor o texto.....rs)