O passado e sua admirável cegueira

... Quando fomos a uma palestra no conservatório extremamente conservador e de uma complacência enjoativa. Dávamos risadas e criticávamos a postura dos palestrantes e a falta de dialogo. Saímos antes, meio que fugindo daquele lugar entediante e frustrante, e subimos pelo lado mais calmo da cidade. Não agüentávamos a excitação causada pela intenção de colar frases de efeitos em lugares visíveis e a proximidade de nossos corpos. Queríamos mudar algo e a nós mesmos. Após andar aos tropeços, entre frases de Camus, Sartre, Simone de Beauvoir e outros, chegamos à minha casa, nos despimos e não contemos o frenesi do momento se entregando um ao outro sem amarras.