Cena de Novela das Oito

Se tu viesses e eu vindo, nos vendo nos quiséssemos.

Se nos encontrássemos no meio do caminho formando um Big Ben a criar mundos.

Se pudéssemos voar, nós mesmos, não os aviões

Se pudéssemos repor o coração como renascem as unhas

Você parece ser o homem que sonhei pra mim: romântico, inteligente, carinhoso, bonito.

Então? Deixa eu ser seu marido!

Será que isso tá acontecendo mesmo? Minha vida tem sido tão enclausurada! Sinto tanta alegria aqui dentro! Eu não sou de deixar as coisas chegarem a esse ponto tão rápido! O namoro, o casamento, que seja... olhado de longe é tão perfeito. Mas e as dívidas, as decepções, os hormônios, os sentidos, os instintos, a tentação de outra pessoa? Podem transformar amor em monotomia e poesia em prosa fraca! Tem certeza da sinfonia que está soprando me meus ouvidos?

Ah! O amor é um sentimento tão completo! Eu estou cheio dele como uma vasilha e você sarrisque-se a derrubá-la para que este líquido se espalhe, forme uma cascata sobre a pedra de onde esse amor brotou. Somos duas plantazinhas que venceram a rigidez e o peso da montanha. Eu falo sobre a rixa de nossos pais. Eu falo sobre o que ainda teremos que enfrentar. Esse ódio pesará sobre esse amor.

Pois não tenho medo e agora liberta de todos os medos digo sim. Sim pra essa união. Esquece-se que temos o tempo como aliado e ele se encarregará em transformar fel em mel. E nos dará um filho que dará ao ódio o sobrenome de amor.

Então que nos venha o mundo.

Sérgio Caldeira
Enviado por Sérgio Caldeira em 26/05/2011
Código do texto: T2995206
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