Lapsos de desejos

Quando habitavas à minha vida...

Foste ausente nos sonhos meus...

Pude ver-me morta num canto esquecida.

O amor que antes irresistível, vive a triste

dormência.

Nesse quadro desenha-se claro a minha

mais pura inocência.

Nem bate mais a saudade, nem bate a dor,

quando o tempo pára, nessas lembranças

de amor...

Apenas há no peito um grande vazio.

Daquela vida sem brio.

Daquele momento de horror.

É fardo triste, solidão numa noite de verão.

Ouço cantos de alegria mas a minha alma

No entanto, anda vazia.

No clarão imenso ao amanhecer do dia.

No vai e vem das lembranças te lança...

Aos desejos te consumindo e falando

de amor infindo.

como se nele acreditasse.

E como se ainda me amasse.

triste dormência