SEM ABRAÇOS COMO ABRIGO


Às vezes a solidão me assusta
Faz-me entristecer, temer o perigo,
Assusta-me a noite e como me custa
Não ter abraços como meu abrigo.
Mas me conformo, pois a solidão
Ainda que me roube o sono
Faz-me adormecer, e a inspiração,
Estende-me os braços nos quais me abandono.
E assim, a noite segue fria e sonolenta
Enquanto eu e a inspiração
Buscamos, juntas, o que não nos atormenta.
Falando o mesmo idioma, sentindo a mesma emoção
E enquanto o sono não chega
Buscamos uma na outra, só ouvir o coração.

Fortaleza, 03/06/2011