Roubaram nossos sonhos
Repousa um livro sobre a mesa
Esquecido no tempo e no espaço.
Uma porta se abre, o vento entra
As folhas saltam, num balé irônico
Querendo dizer: “_ venha ler...!”
E o invisível ser
Que neste mundo se adentra
Despercebidamente também passa
Olha, mas não enxerga...
Perdeu a essência de ser,
De sonhar, amar e chorar.
Agora uma janela se abre...
O vento num grande redemoinho...
Põem outros livros a desfolhar-se
Sobre mesas e prateleiras...
São as velhas histórias,
De cantiga, de amor...
São os segredos de Pandora
Tirando os nossos sonhos,
Rindo de nossas indagações.
O balé cessa e,
As folhas amarelam-se diante do tempo.