O DIA EM QUE A INSPIRAÇÃO NÃO VEIO

E eu fiquei ali, esperando-a passar. Mas ela não veio. Tomei mais um gole de chá e ela, infelizmente, não veio. Cantei, sorri, esperei, e ela? Ela não veio...

Fiquei esperando por algum tempo... Horas, dias, semanas, meses... Não sei dizer ao certo. Apenas sei que ela não veio.

E como em um sonho me arrisquei a escrever alguns versos. E eles vieram! Bonitos, reluzentes, cheios de graça... Arrisquei-me mais uma vez, e eles tornaram a aparecer. Achei bonito aquilo, na ausência da inspiração, os versos me acometerem. E então passei a rimar.

Rimei, rimei demais. Não sei se as rimas foram providenciais, mas me fizeram sentir paz... E pra inspiração nem dei bola mais. Apenas pensei que, sem ela, meus dias nunca mais seriam iguais.

Às vezes ela passa por mim e tenta me seduzir. Mas já estou vacinada, e dela me permito fugir.

Mas quando ela quer me “sacanear”, aparece sem hora marcada, sem mais... E me faz acreditar que, sem ela, meus dias podem ser sempre iguais.

São Paulo, 27 e 28 de Novembro de 2006. Dias de transpiração total.