Solidão que envolve

Vazio...

Ser inseparável de mim

Que me afronta dia e noite, sem parar...

Desce sereno como manto de um céu nebuloso

A cobrir-me.

Tu és solidão, feito irmão-amigo,

Que acalenta o meu coração,

Fazendo-me prostrar diante de ti,

Revelando minha completa e mais pura fragilidade...

Diante qual, não sou capaz de transpor

O abismo que se encontra a minha frente.

De um olhar perdido... reflito o passado.

Lá me vejo parada no mesmo instante,

Onde a alegria cedeu lugar a uma saudade imensa.

Sem pedir licença, ela alastrou-se em mim,

Envolvendo-me a cada dia, a cada respirar.

Esta profundidade que tu me deixaste,

Criou marcas que não se apagam de meu ser.

São relevos de campos selvagens de lírios em flor,

Que balançam de um lado para outro

Varridos pelos quatro ventos da Terra...

Os mesmos ventos que te levaram.

Os dias transcorrem como água que passa

Por baixo da ponte, delineando e refletindo

A tua presença perceptível, que tu não és capaz de imaginar...

Sorrateiramente a saudade se traduz em lágrimas,

Inundam meus olhos, percorrem minha face

E deságuam entre um sorriso mudo, o único que me restou.

Dessas lembranças, minha alma retira o suficiente para viver.

Não sei se sou feliz ou infeliz...

Só sei que no momento de maior tristeza,

Alguém preenche o espaço deixado por ti vazio.

Lançando luz sobre minha vã consciência,

Rompendo em manhãs, não muito diferentes das que já vivi,

Mas indicando que dias melhores virão.

Agarro-me, então, a este fio de luz...

Tanto que seria eternamente grata,

Se diante de meus atos e sentimentos contidos,

Deus proporcionasse-me uma segunda chance

Para eu ser feliz, eu quero ser F E L I Z...

(Texto inspirado na melodia de Andre Rieu – The Rose - http://www.youtube.com/watch?v=O3_IO4YgUOk&NR=1)

SÔNIA SYLVA
Enviado por SÔNIA SYLVA em 18/06/2011
Reeditado em 18/06/2011
Código do texto: T3042360