DA ARTE DE ESCREVER

Dedos estalados, lápis entre eles, papel branquinho a esperar... Esperar as várias letrinhas, que juntas formarão palavras e originarão belas frases. Pensamentos diversos. Apreensão. Concentração. Espera da inspiração. Ou não, apenas uma observação. Sem inspiração. Com transpiração.

Construções. Muitas frases. Diversos parágrafos. Neles, a vida. Neles, a morte. Um homem, sentado, esperando por ela. Uma mulher, correndo ao encontro dele. Uma criança, um cachorro, um avô. O pai, o filho. Interrupções... Quebra da concentração. Retorno. Tentativa de retomada. A vida. A vida sendo retratada. O cotidiano das pessoas. O cotidiano de um coração. Os sentimentos ganhando forma. Tudo confuso. Tudo fazendo sentido. Uma mãe tendo um filho. O amor nascendo. O velho morrendo.

As pessoas vivendo. E a vida correndo. O telefone que toca. O bandido que desliga. A arma que mata. O policial que prende. O julgamento que apreende. O advogado que triunfa. Muitos personagens. Um único personagem. Loucos. Mocinhos. Bandidos. Heróis. Pessoas normais. Pessoas racionais. Pessoas sentimentais. Personagens reais. Personagens fictícios. O amor sendo feito. O amor sendo retratado. O amor sendo desprezado. O ódio estampado. A máscara caindo. O poeta arruinado. Uma fantasia. Muitos carnavais. Nenhum carnaval. O artista.

Um conto. Uma crônica. Uma poesia. O clímax! O desvendamento de tudo. O desfecho. A saudade. O quero mais. A escrita...

São Paulo, 29 de Novembro de 2006.