Num Dia Como Esse

De volta à casa

Debalde, velha morada

Por rotundas histórias

Transcende o gelo que pinga

Seita de famigerados cães... macérrimos

Polias ensangüentadas emperram

Num dia como esse?

Massapé escorrido dos arrimos

Vem-me à luz das alvas cáries

Donde o limo mal-nascido

Cava por circunstâncias equivocadas

Não sangra mais nem nada

Pode ser machado, pode ser pitada

Num dia como esse?

Pressuposições ardidas na sacola

Resplandecente argola abluindo a face

Um através no pascigo d’alma

Lóculo almofadado espreita o corpo

Sempre tem o antídoto, nunca

Sabe da bica a origem, inveja

Num dia como esse?

O decaído anjo morto

Da sombra fez esgoto

Fulminando a sede do pote

Sua desventura é meu forte

Apolo em suas liras, escravidão

Manteiga de cacau rachado, sequidão

Num dia como esse? Ah!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 01/12/2006
Código do texto: T306481
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