Grizzly Man

Nunca alguém havia oferecido chocolate a ela. Seu sorriso, que já não cabia na boca, escapou. Sem razão ou lógica seguiu aquele que a ofereceu o doce. Apenas acompanhada de seu instinto e livre de qualquer amarra, era como se mergulhasse numa canção do Tame Impala, desintegrando seu corpo nas vibrações da corda de uma guitarra, nas peles da bateria, nos captores do baixo, pelo cabo do microfone. Seu espirito virou melodia, harmonia e ritmo. Ficou nua. Fez amor selvagem. Acolheu ele durante três dias. Ele se atrasou. Ela se encheu. A música acabou e o instinto foi embora.