Sem Ar

Talvez a dor fosse menor se tivessem me tirado um pedaço, ou até dois, quem sabe mais.

Voltei com passos tristes, cabeça tão baixa que pude contar todas as pedras. E se todas elas te convencessem, eu traria uma a uma, nas costas... e te daria um castelo. Mas temo por ser em vão. Parece que nada mais te toca. Porque permitiu que o veneno da interpretação alastrasse pelo seu coração.

Me traí. Fiz um cordão de palavras simples e dei o nó. Antes tivesse me enforcado até não restar vida, nem dor... Mas, apenas sufocou... Permaneço viva, mas sem o ar.

Queria tuas mãos a desvendar meus versos. Não estes em palavras que doei em folhas e pautas. Mas estes que meus olhos te ofertam... só para você saber que, sim, você é meu ar.