A MOÇA

Numa noite em que a pasmaceira da cidade iluminada pelas luzes da energia elétrica, era que denotava existir a mão do Homem.

Na rua, o ruído de passos, se não fosse isso diria que não haveria pessoa alguma, a andar naquela noite.

Solitária, sentada em sua porta, aquela moça procura algo em que possa ocupar seu espaço, seu tempo.

Ouve o cantar de cigarras.

Mais adiante, um vaga-lume com sua luzinha no lusca fusca, prende por alguns segundos sua atenção.

Logo um cheiro agradável penetra em suas narinas.

Procura e vê. As flores estão abertas, por isso o odor tão envolvente.

Os latidos dos cães ao longe incomoda, como se com isso quebrasse aquele encanto em que se encontra.

Procura outra coisa com que ocupar-se.

Levanta a cabeça, e olha o céu.

Não existe nenhuma estrela, algum pontinho luminoso para fixar-se...

O céu está nublado...Que pena!

Só! É assim que se encontra, mas ao mesmo tempo, é como se sente bem.

A brisa da noite roça seu rosto numa carícia, refrescando o seu corpo.

Fecha os olhos, para que o frescor da noite a possua.

Como o amante bem-vindo, num momento de amor.

As árvores balançando os galhos, transforma-se em música, os chiados que as folhas fazem, roçando nos galhos, torna-se uma melodia divina.

Embevecida, não vê que o tempo passa, e que a noite desce, cada vez mais e mais tornando a cidade sombria.

Na sua porta deixa-se ficar...

Como se viver para ela fosse ficar assim...

Ela e a natureza.

Belém, 18h15

Obra: Gotas

Angela Pastana
Enviado por Angela Pastana em 04/07/2011
Código do texto: T3075433
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