Na própria Sombra

Foi quando vi a verdade, que senti vontade de endoidar,

Idéias assassinas surgem quando a verdade é a realidade.

Pior e bem cruel, uma vontade de sumir,

Bater no mundo, quebrar estúpidos, rasgar idiotas.

Ai, eu medonha?

Quando?

Quando do passado surgem espectros que te riem,

Batem à tua porta com caras de monges, com caras de bundas.

Foi sem fugir da ética que caí no poço,

E bem perto das crenças foi-me ofertada a outra face,

Mas de quem?

De quê?

Toda a abundância se faz inútil,

Quando, pobres e solitários, morremos.

Com todo orgulho, que me perdoe a estupidez,

Fiz do pranto minha fuga,

Fugir de quem?

Até quando?

E vagarosamente sentei-me na própria sombra,

Amassei todos os passos, lerdos, curtos, tortos, apressados.....

Fiquei a ignorar a vontade de endoidar.

Nem mais em assassinatos pensei,

Porque monges e caras de bundas

Fizeram o que fiz:

Sentaram-se na própria sombra.

Nadilce Beatriz
Enviado por Nadilce Beatriz em 06/07/2011
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