Metropolis

Ela estava literalmente fervendo. Nua, debaixo de edredons, com um copo cheio de gelo na mão esquerda e o celular na direita com a língua sem amarras verborrágica rompia com cerimônias e acreditava que um ser divino cósmico acima de alguma coisa se divertia com sua diversão eterna que é apostar com algum outro ser inferior, porém importante que aquilo continuaria na mesma, as mesmas merdas acontecendo igual semelhante o muro de nada adiantou e sangrando o rosto o ser humano entra novamente em outro carro, mais veloz, mais potente e a mais de 300 km/h vai em direção a outro muro, mais forte e resistente, continuando com o ciclo de estupidez que ainda acaba com um mundo que este mesmo animal fez questão de tornar finito. Ele, do outro do lado da linha cansado e tossindo havia uns cinco minutos conseguiu tomar fôlego para dizer que fazia cinco dias que saia ás seis da manhã do trabalho para percorrer o mesmo caminho com a mesma fome, sono e sentença: “O mediador entre o cérebro e a mão é o coração”. Ela bocejou e falou que iria dormir.