A POESIA DO MEU POVO

Esta poesia é pro meu povo

Povo Santo e pecador

Povo digno, povo trabalhador

O povo brasileiro

Povo sujo, limpo e vencedor

Povo da reciclagem e reciclado

Politicamente injustiçado... Judiado!

Esta poesia é pro meu povo

Que se alegra com pão com ovo

Povo da labuta

De inverno a verão

De sol a sol

Moeda a moeda

Pão a pão

E o calo na mão

Este é meu povo

Que monta e desmonta,

Faz e desfaz, a cidade e a sociedade

Povão de Peão,

Peão do Baú, de boiadeiro e de construção

Povo povão da linha de produção

Que fabrica palácios e carros,

anda de busão e mora em casa de barracão

Povo formiga

Que não hiberna na vida

Cortador, catador, coletor,

migrador, construtor, matador,e roubador

Povo do créu,

que vai para o céu

Este é meu povo

Que se acaba no carnaval

Bebe até passar mal

E depois volta à vida normal

Povo da sigla,

Do RG, PIS e FGTS

Povo do SUS e do INSS

Do bolsa escola, bolsa família e do bolsa furtada

Da gravidez precoce, do apagão

Da vacina grátis e do domingão do Faustão

Povo pobre... Do horário nobre

Da TV e da geladeira das Casas Bahia

Das quarenta e oito prestações

Da água e luz que vence em três dias

Mas tem que pagar

Pra não faltar a novela e o futebol

Que traz toda sua triste alegria

Povo da globo, englobado, globalizado

Enovelado, televisado, noticiado, mal informado e satirizado!

Enfim esta é a poesia do homem criado

Com arroz, feijão e alho

Que me traz à reflecção

onde eu chego à conclusão

Que ser brasileiro é bom

Mas é injusto pra caralho!

André Brandão
Enviado por André Brandão em 11/07/2011
Reeditado em 11/07/2011
Código do texto: T3088231