BUSCANDO POR DEUS

E então voltamos à cidade em que passei minha

infância...Eu queria rever algumas pessoas que

fizeram parte de minha vida, lá naquela distante

cidade... e queria ver Deus, lá no altar da linda

Igreja de Piedade...

Não sei bem o porquê, mas queria ir até lá e ver

aquele altar, aquela imagem feita por um bom ar-

tista..

Quando cheguei na igreja, o padre estava acabando

de celebrar uma missa; não havia dado tempo de ir

e participar dela, mas daria tempo de pegar o templo

ainda aberto para a visita...

E a emoção foi tomando conta de mim, ainda pude

ver os habitantes da cidade ali naqueles bancos em

que sentei tantas vezes com meus pais e irmãs..

Lembrei da minha primeira comunhão, e de outras oca-

siões marcantes em minha vida.

Então a missa acabou, e eu pude me aproximar do

altar...a igreja passou por uma reforma, está muito

bonita, e eu fui revendo cada detalhe...

Os altares laterais, a via sacra com quadros retratando

a paixão de Cristo...Como me lembrava delas! Principal-

mente da expressão daquela mulher que deu uma toalha

para Jesus enxugar o rosto...Seria Verônica, seu nome?

E fui vendo o altar principal, tão lindo... A figura da Pietà,

com Jesus ao colo...O Divino Espírito Santo, mais ao alto,

e bem no alto a figura que eu buscava: Inserido no triân-

gulo estava DEUS, com o planeta Terra em suas mãos...

e eu nem me lembrava disso...só me lembrava de sua figu-

ra Solene, de suas barbas brancas de seu bigode.

E agora estava eu ali, se pudesse não sairia nunca mais

daquele lugar..

Os salmistas continuavam juntos, ensaiando mais uma

música, e me pareceu que eram anjos a cantar...

Uma atmosfera mística preenchia tudo ao redor..

Impossível não chorar...impossível conter a emoção...

E no fundo de minha alma vinha a pergunta: Porque

vivi aqui? e porque me fui daqui?

Então tive que ir embora...a vida me esperava lá fora..

Quando saí vi o imenso pinheiro na praça da igreja...

Tão magnífico quanto o próprio templo...

Um sol gostoso de inverno banhava tudo ao redor...

Adria T C Comparini

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Da Segunda Carta aos Coríntios do Apóstolo São Paulo 4, 6

O Deus que disse: «Das trevas brilhe a luz», foi quem brilhou nos nossos corações, para irradiar o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo.

Ao longo do Caminho da Cruz, a piedade popular regista o gesto de uma mulher, denso de delicadeza e veneração, como que um rasto do perfume de Betânia: Verónica limpa o rosto de Jesus. Naquele Rosto, desfigurado pelo sofrimento, Verónica reconhece o Rosto transfigurado pela glória; na fisionomia do Servo sofredor, ela vê o mais Belo dos filhos dos homens. Este é o olhar que suscita o gesto gratuito da ternura e recebe, em recompensa, a efígie do Rosto Sagrado! Verónica ensina-nos o segredo do seu olhar de mulher, «que vai ao encontro do outro e lhe serve de ajuda: ver com o coração!»[1].

Humilde Jesus,

o nosso é um olhar incapaz de ir mais além:

mais além da indigência, para reconhecer a vossa presença,

mais além da sombra do pecado,

para vislumbrar o sol da vossa misericórdia,

mais além das rugas da Igreja, para contemplar o rosto da Mãe.

(Pesquisa google)

Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 12/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3090533
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