[A Carne do Amor]

Às vezes, os pensamentos criam-me ondas revoltas;

inquieto-me, e mal dou conta de me expressar.

Cerro os olhos... e as palavras não vêm à tona.

Percebo que desejo dizer algo mais substancial,

algo que fosse mais sangue, e também

mais carne que a carne dorida do amor.

Assim, só posso deixar no ar perguntas

cujas respostas eu e o mundo

[e o que me importa o mundo...]

estamos fartos de saber:

o que é que pode encharcar de mágoas a noite,

senão as lágrimas misturadas à chuva fina, lenta?

Fazer uma pergunta assim, ao léu, nada me custa:

tu e eu sabemos muito bem o que nos corta em tiras...

o que devora lentamente a carne do amor!

[Penas do Desterro, 13 de julho de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 13/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3092178
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