AO LEITOR
Às vezes, minhas lágrimas ousam flertar com a morte
Uma morte rala, descorada, sem toda a sorte que a persegue em vida;
Temo pelas façanhas advindas deste flerte, pouco envergadas, enviesadas
Assim é o tino que me conduz ao solto: tolo e leso.
Desses espíritos a rondar a noite de feto, as risadas poupam-me das explicações.
E, com seus galões de ácido, movem a acolchoar meus pensamentos entre as pernas do desvelo. Não tenho medo.
Tenho a escada, mas não me primo em compor os degraus. Não posso ser menos.
Bebo o holocausto que verte da taça, mas o faço com destemida graça (a toalha embebida em zomol me inveja com aquele olhar de assombro).
E quantos estão neste espetacular marasmo? De quantos tenho de me esquivar a fruir o dia?
Dez dias e um minuto se passa; um avião no alto da cordilheira bate o pino seco de óleo. Recebo o ósculo da ganhadora do Oscar e me intero no holístico.
Ora, puxa!
Devido a isso, não sou bem quisto. Meus inícios roubam as salsichas dos pães; levam-nos aos imãs tomadores de conhaque que absorvem a magia do sol espelhado. Então, o que sobra?
O talvez, o leitor e a obra.