Às cegas

Tateando mesmo com brilho as ideias vão surgindo opacas. A luz ofusca. O negror acalma. A luz vivifica, mas cansa meus olhos. Preciso dormir. Precisam dormir. O som dos toques incomodam e a luz também. Escrevo no escuro para não despertar inquietação. Vivo na solidão. Vivo da solidão. As ideias são minhas companheiras. A memória minha grande amiga mesmo cansada ou distraída de vez em quando. Ao meu lado uma resma de papel branco e a minha frente um estojo com lápis e canetas. Não os enxergo. Não sou cego. Pior! Recuso-me a enxergar agora. Meus dedos são apenas instrumentos. Estou com óculos para me proteger. A tela muda a cada toque no teclado e a história não vem. O poema não vem. Ensaio escrito. Não digo. Não testifico. Nesse texto eu fico assim sem saber para onde ir. Com sono. Sozinho enquanto outros dormem sem registro ou andam na rua às cegas.

Oswaldo Eurico Rodrigues
Enviado por Oswaldo Eurico Rodrigues em 18/07/2011
Reeditado em 12/02/2012
Código do texto: T3101851
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