Pata acolá
 
Estão aqui e ali e por lá os tentáculos invisíveis e eficazes
Cegam e ensurdecem antes do estrangulamento
Multiplicam-se silenciosamente a luz do dia
Aplaudem a auréola que vira um bambolê que faz o gingado
Aquele fato esquecido e morno nos dias idos está latente
Um vulcão que não jorrará lavas
Larvas passeiam inocentes as beiras daquele abismo com maquiagem de terra firme
Vestes brancas marcam o luto que foi a luta perdida naquela batalha
Soldadinhos de chumbo voltam às quinquilharias guardadas na velha caixa
Pata acolá, que aqui não dá, não sobrou espaço para coisas desdenháveis
O labor em cima daquele rabisco caprichosamente elaborado causou melaço
E a cana desembarcou no porto dos desesperados a procura do açúcar roubado
Lá nas nuvens o trinado daquele azulão quedou em mudez
Não há mesmo dedos que toquem a harpa sonhada
Há a harpia aquietada em seu ninho de cobras amamentando filhotes raptados
Nenhum olhar para o alto, nem um olho espeta sua retina naquela trilha celeste
Coisa boa é não saber quando, nem onde e principalmente porquês que nada explicam
A mulher passeia indiferente com seu Bichon Frisé, está abençoadamente alienada
Achou o nome da raça tão lindo que assim é chamado
Lulu? Penúria total!
E as cobras arrotam saciadas...