Assim falou o anjo do Senhor

Então o anjo do senhor me disse:

Ide e semeai a terra

O bom fruto vingará, o mau fruto descansará

E quem não semear, semeado está

Porque a dádiva do óvulo do céu é generosa

E é doada ao justo e ao miserável

Porque o senhor doa na mesma quantidade

O sol e a chuva, e as quatro estações

Ao rico e ao pobre de espirito

Mas ai daquele que não semear!

Colherá no galho amargo

(O que secou por descaso)

Comerá com humilhação

E não beberá do néctar

Que brota da terra

Semeai, humildemente semeai

Porque o filho do ócio e do deserto

É o que da terra mais se nutre

(embora amargo o fruto, mais se nutre!)

Porque sua boca é faminta

Sua sede é sem limites

O seu corpo é cheio de buracos

Por onde devolve o suor do justo

Para recompor o sal da terra

Maldito seja o filho do ócio

Percorrerá a terra roubando

O trabalho do justo - A colheita do justo

Se esconderá na procissão dos homens

Com as mãos vazias, as mãos furadas

Sem bálsamo, sem luz

Até que apodreça na descrença

E se transforme em lôdo e vermes

Para adubar o chão do justo