SÓ POR ESTAR VIVO

Um pouco... pouquíssimo

A estar com o lar da leda face

A estar com os dentes esburacados e sós.

Outra vez, o estro

Outra vez, a reles sangria

A forçar a nau a arfar, a naufragar.

São átimos na alheia vida

São coisinhas pífias, áureas

Então, deleito-me.

Apesar da vida, enjeito-me

Assumo inverossímeis verdades e as poluo

Com lânguidos cachos, ojerizas e outros passos.

Só por estar vivo.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 23/07/2011
Código do texto: T3113367
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