Deserto do Tempo.

Vamos lá, meu camarada, seguir estrada, sem medo das pedras que possam surgir na caminhada. Sem medo do martelo que te sentam na cabeça logo na entrada.

E, com um fórceps, te puxam pela cabeça para que você chore, e te lançam pra vida, para a tarde fria de um mundo que parece perdido, e que não se perca em ilusões e planos do que possa vir a ser seu resto de vida.

Vamos lá, meu chapa. Mesmo que te esquentem a cabeça, vê se não a perca.

Seus amigos, os que você achava que tinha, confabulavam em surdina enquanto você dormia, mas não o dominavam. Sonhos são indomáveis.

Todo dia tudo muda no mundo, na calçada, na estrada, na escola, na sorte da escalada ou no azar da queda. Importante não perder a razão enquanto houver luz a te fazer brotar vida.

Marcas de rodas de madeira de uma antiga caravana ficaram cravadas no chão seco de algum deserto doutras eras, e uma larva sossega sua vida sob o sulco deixado pelas rodas...

A vida nossa de agora dificilmente será lembrada em alguns séculos... Todo nosso sôfrego torpor e desilusão desaparecerão feito uma gota de transpiração que agora cai ao solo do deserto do tempo.

Savok Onaitsirk, 21.07.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 28/07/2011
Reeditado em 07/06/2016
Código do texto: T3123715
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