Quando você vai descobrir que me ama?

Meu amigo.

É assim que você prefere que eu o chame.

Mas, quando digo meu am...igo, é como se dissesse: meu am...or.

Só não o faço, em respeito a você. Também por que, se o fizer, sei que se fastará de mim.

Finjo entrar no seu jogo pois quero manter contato com vc, nem que seja por simples amizade.

No meu imaginário, sou correspondida nesse imensurável amor que sinto por você.

Penso que você é uma pessoa reservada, sem coragem de desnudar seu íntimo, de reconhecer que me ama e de proclamar ao mundo o seu sentimento.

Às vezes você até deixa transparecer o alto grau de afeição que nutre por mim. E eu, com medo de quebrar o encantamento, fico em silêncio, absorvendo esses momentos com sofreguidão e desejando que eles se perpetuem pela eternidade.

Infelizmente, são raros tais momentos. Logo que vc se dá conta de sua fraqueza, retoma sua atitude de frieza. Você se comporta como se tivesse medo de seer feliz, com,o se não tivesse o direito de amar e precisasse esconder de vc mesmo essa "fraqueza". Você aje como um antigo espartano, colocando à prova o poder de dominar seus sentimentos de prazer e felicidade, esforçando-se por viver austeramente em todos os sentidos, inclusive no afetivo.

Porque vc se economiza tanto? Tem medo de sofrer? Para não cair em novas decepções renuncia a qualquer coisa que ameace sua serenidade? Prefere sofrer antes para não sofrer depois?

Que posso eu fazer para lhe despertar a coragem de assumir o amor que leio em seus olhos, em seu corpo, em seus gestos mas que teimam em ser negados pela sua voz?