A mulher chora, há um choro tremente em sua face.   A quem terá perdido?   Pai?  Mãe?  Marido?   E como?
         Um soldado sul-vietnamita rezando, na mata, isolado.   O mais envolvente retrato que o inferno da guerra ampliou.   Ajoelhado, mãos postas, de perfil, olhos fechados.   A que Deus se eleva o seu espírito?  Sei lá.
        A antivida.  A fome.   A peste.  A carnificina feroz dos que não tinham fuga ou defesa.   O povo é puro, reparo, de uma pureza inominada.
         Sul-vietnamitas.   Como esquecer o pânico louco, a fuga em pranto por seus campos outrora tão férteis e agora estéreis, parcos, nus graças às bombas norte-americanas?   Olvidar o desprezo, a tortura, a humilhação, a metralhagem sumária de centenas, milhares de super-inocentes, eu?!
Jô do Recanto das Letras
Enviado por Jô do Recanto das Letras em 23/08/2011
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