Gravidez de palavras
Os dedos me queimam de vontade de escrever, os ponteiros me perseguem nesse tempo inclemente...as palavras vão se formando como um quebra cabeça...aflitas para deslizarem pelos fios condutores dos meus dedos frágeis...
mas atada às alianças que me prendem a atenção...gravitacionam ao redor de mim...até se esvairem cansadas de tanta espera...
Grávida de palavras e versos, vejo dias entrando pelas noites ansiosas, assisto o abraço da noite nos últimos raios da tarde, como se quisesse casar a lua com o sol...adormeço assistindo o idílio das estrelas...sonhando com os mundos que não vejo, nesse infinito que antevejo na minha pupila...
Anseiam os dedos pela veia que borbulha...queimam os olhos nessa fagulha de tantos avisos...preparando improvisos...que se perdem no espiral do tempo cruel que se perpetua em esperas absurdas...escusas...
Vou ao céu e ao inferno, enquanto a vida em mim goteja sem cessar...