UM CERTO DIA

Dia frio, nublado, silencioso, pesado. Lá fora escuto apenas o latido de um cão. Teimoso, quer convencer que há vida. Aqui dentro apenas o tic-tac do relógio da cozinha. Mais nada, silêncio. Fico esperando qualquer movimento, ruídos, e sim, agora sim, aquela vizinha começa o seu ensaio no piano, Clair de Lune, com notas mal tocadas fica mais triste. Céu encoberto, não sei o que ele quer anunciar.

Agora ouvi o barulho do trem que passou. E isso me fez lembrar que o trem passa aqui perto, como tudo na vida passa, até a vida...

Clair de Lune, as notas choram e se arrastam numa beleza vagarosamente triste.

Luar que passa, como a vida...

Mariza Schröder
Enviado por Mariza Schröder em 15/09/2011
Reeditado em 15/09/2011
Código do texto: T3220800
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.