Versos Perversos
Hoje pensei que tudo estava morto
A me ver deitado até abrir os olhos beges
Em um chão morto em agonizantes paredes
E para minha surpresa tudo torto
Tudo ermo então eu enxerguei
Como são cretinos os versos
Que atravessam a escuridão
Com suas espadas sangrentas
Que nos fazem assassinar em instantes
Nossas ideias mais belas
Os meus momentos mais brilhantes
Estão ali jazendo no morto chão
Pressionando minha culposa mente
Que chora tão clemente
Não pense que é compaixão
É o puro marasmo que me acomoda
Mortos ali no chão
Descansam meus infames versos
Esperando a paixão
Morta pelos teus invernos.
O amor desfalece pela coragem inexistente
Pela constante falta de oportunidade
Pelo nosso insistente ódio resistente
Que em tuas mãos contém uma nova vivacidade.