[À Margem do Grande Rio]

[Pensamentos rápidos à margem do Grande Rio Paranaíba, naquele

quando de sua passagem pelas invernadas da Fazenda Barreirão]

Margens que se contemplam...

Acenam-se vistosas paisagens

para sempre separadas,

mas inextricavelmente unidas

na intimidade do beijo eterno

das águas do grande rio.

O rio... as separa ou as une?

O rio só leva, só embala

em seus eternos mistérios,

aquele que, de uma das margens,

contempla a paisagem oposta.

Aos que vão com as águas,

é-lhes roubado o tempo,

a luz, a visão das coisas...

Não há tempo possível

para olhos que a morte

cerrou para sempre...

Eu que não tenho fé,

pergunto: o rio da vida,

separa-me ou une-me

à minha morte?

Há muito adivinhei a resposta!

[Penas do Desterro, 17 de abril de 1999]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 24/09/2011
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