Escrever descrevendo-me

Não sei se triste, não sei se insano, nem mesmo se grito de liberdade opressa. O que escrevo denota o que sinto, seja por dor ou alegria, letras se emaranham em harmonia traduzindo o que dificilmente expressaria verbalmente. Alguns, ao mergulharem nas ondas de uma serenidade submersa, percebem-me tranquila. Outros encontram tristeza e, ainda outros parecem descobrir nas palavras à esperança. Afirmo que o que se instala entre todos esses sentimentos é a busca, a transgressão, a crença de renovação. Não há coerência em renovar-se. Perfeição e coerência são falsos estados ocultos pela estagnação. Para ser coerente, também é preciso ter certezas, pensar-se sensato, ter respostas a todas as perguntas, considera-se pronto. Definitivamente ser coerente não é a minha maior virtude. Hoje sou, amanhã... talvez! Hoje penso, amanhã... questiono! Hoje triste, amanhã... festejo! Sigo! Procuro ser no mínimo e, muito pouco mesmo, sincera comigo, permitindo-me todas as contradições e incongruências de um Ser em evolução. Portanto, há quem me veja triste, quem me sinta luz, quem não ache nada e quem ainda perde seu tempo invejando o que não sou. Não sei se triste, não sei se calma, não sei se otimista ou inconsequente, prefiro e quero ser somente gente.