Águas do tempo

Há quanto tempo permaneci neste lugar?

No silêncio, reparando o deslocamento das águas?

Vieram noites, dias, experimentei a ventania e a chuva.

Parada. Tentando tirar da lembrança imagens do passado.

Quantos pensamentos, quantos textos permaneceram escondidos!

Na superfície molhada, cenários calados de um passado recente parecem não se importar com a correnteza.

Ficarão para sempre detidos no coração.

Eternamente...

Concluo que as palavras são desnecessárias, vazias, nem sempre exprimem sentimentos, emoções.

Ainda é árduo, a passividade me angustia.

A magia das águas me atrai, me convoca, me impele.

Sei que posso fazer nascer novos panoramas, novas recordações.

Me deixo, pouco a pouco, experimentar a água fria sobre meus pés.

Vou adiante. Me permito vivenciar esse instante.

Viver!

Imergir nas águas do tempo.

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 01/10/2011
Código do texto: T3251794
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