Imagem com autorização de Eliane Richter Caetano.
 
PARA DEBAIXO DAS ASAS

Debaixo das asas da mãe estive até o dia que as minhas me possibilitaram voar. Ainda que vôos altos e seguros, sempre voltei para debaixo dos aconchegos das suas. Filho quer proteção e se sentir amado, independente da posição que esteja ou idade que tenha.

Debaixo das asas tenho filhos. Quanto mais crescidos, mais alargo os membros sobre eles para que os tenha sob minha proteção. Aprendi que mães são anjos com asas longas sobre os rebentos, na tentativa de lhes guardar de todo perigo. Algumas vezes nos ferimos, e nem sempre é possível cem por cento a guarda.  Acho que é quando os filhos despertam para o ruflar da própria liberdade.

Debaixo das asas de anjos me ponho. Nelas sinto o conforto e o calor da fé.  Anjos me levam para os braços do Cristo. É para lá que me dirijo quando os passos se tornam difíceis de caminhar sozinha ou quando a dor é tanta me cegando para enxergar soluções.  

Debaixo das asas divinas permaneço, e assim sigo o meu destino. Ainda que com o peso do fardo diário, sinto ser mais fácil ir em frente.  Como os filhotinhos dos pássaros se sentem protegidos pela ave-mãe, debaixo de asas, divinas e humanas, sinto-me segura de todo o mal. Amém!