Prosperidade

E tudo que estava azul... Oh!

Era só pecado em pétalas de fúria

Eu sabia! Tudo era só percalço

E num dia de desapego, desconsolo é descarrego

Em farpas, há nozes embutidas

Entre foras e embriagadas, somos nós a brilhar

E o engajar mansinho que nos vem a embromar

E quão felizes somos!

Emaranhados pelo trópico abrandado da vida

Exceto o véu que nos cobre por inteiro

Exceto as canções que nos ninam a nos plagiar

Exceto as vozes ininterruptas... Oh vozes mores de insana glória!

Se fosse eu uma nódoa

Seria santa, seria só eu mesmo, enquanto pra mim

Olharia o mundo com pupilas recheadas de precipícios

A me colocar no logro abissal, a me propor armadilhas folheadas

Dum ouro indecifrável, dum fel inenarrável...

Oh, vida próspera!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 23/12/2006
Código do texto: T326279
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