Cântico dos ventos
Deito nos ventos meus cânticos mudos, serenos lamentos do meu coração recluso...
e até onde alcançarem as folhas magoadas dessa minha oração paciente...irão meus olhos cabisbaixos...eternos pensativos radares...
Em cada sereno...em cada noite, de solitárias vagas esperançosas...bailam gotas púrpuras...reclamos de minh´alma amorosa...
São tantas as prosas que vesti de saudade...tantas juras atreladas à minha ansiedade, que em carruagens seguiram...habilmente conduzidas pelas mãos do tempo...senhor da razão...carrasco das horas...guardião das procelas...e, em vão se perderam em muitas cancelas...
Sê de mim senhor, anjo protetor, guarda-me sob tuas asas de plumagens azuis...para que, quando eu alçar vôo pelo orbe, tenha a certeza segura da paz que preenche as lacunas que me fazem voar...que me instigam a buscar o que cá não encontro...
Sei da utopia que veste minh´alma e me mantém distante do mundo em que habitam fartos de realidade, os tenazes guerreiros... os gentis cavalheiros...os sedutores amantes... vibrantes agentes do universo. ..
Hás de me esquadrinhar entre os voláteis sussurros...entre os mistérios insondáveis... longe dos arreios da razão...livre das amarras do tempo...muito além das mordaças...onde a vida descansa nos braços do amor esperança...na única e verdadeira aliança...