PRESA EM MIM

Há quanto tempo não escrevo! O que falta? Sempre a dor e o álcool foram os estopins de minhas palavras tecidas. Hoje, abandonei o álcool, vivo ao lado de quem amo, mas me pergunto: Isso é felicidade?

Em certos momentos vem a dúvida: estou anestesiada? Será que, novamente, camuflo-me de uma realidade irreal?

Hoje não estou bem. Mas não choro. Antes chorava tanto! Estou segurando as lágrimas?

Seus impulsos, sua loucura, a falta de freios... você coloca em ponto morto e desce a serra insanamente. Eu ao seu lado, começo a sentir as emoções se fechando. Quanto mais você, desenfreadamente, busca uma "brincadeira" e outra e mais outra, mais sinto meu cérebro inchando, a cabeça a explodir. O que faço? Recolho-me no silêncio, apago a minha chama. Meu passado é a sua chama e a minha cela.

Isso, estou apagada. E, para piorar meu espírito, a invasão acontecerá hoje. Meu mundo-lar e meu mundo-ser serão usurpados logo mais.

A porta se abrindo, ela entrando... as paredes me esmagando. A prepotência, a voz, o comando, a onipresença... meu quarto de portas fechadas (e eu para fora), minha cama ocupada (não por mim), meu guarda-roupa sendo aberto (sem permissão), o controle (da TV?) em suas mãos. Meu silêncio....shhhhhhhhh.

E justo hoje, depois de ontem... Não poderemos falar, há mil ouvidos a ouvir.

Ai! Não consigo chorar, não consigo querer, não consigo reagir.

(Para aqueles que pensaram ser ela uma outra mulher, enganaram-se. É apenas (?) uma adolescente de treze anos. Ela chega e traz consigo duas mulheres invisíveis: uma provocou muita opressão a mim (e deixou cicatrizes em minha alma) e a outra me impede a vida plena.

Cris Marco
Enviado por Cris Marco em 11/10/2011
Código do texto: T3270053
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