O Caçador De Níquel

Onofre, com olhar atento ao chão

Caça níquel desesperadamente pelas ruas da cidade

Com a intenção de encher o seu cofre

Ele procura por todos os cantos...

As vezes, debulha-se em prantos

Ao passar o dia todo sem um centavo achar.

Desiludido...Com o olhar perdido...

Eleva seu olhar ao céu...

E faz uma pergunta a Deus

Por acreditar ser Ele, o seu maior amigo.

Deus ! Onde o níquel foi parar ?

Onofre ouve uma voz no seu ouvido a falar:

_ Meu filho não perca tempo olhando só para o chão

Passará a vida toda com um porco magro na mão.

Se comprar máquinas modernas

Garanto que em pouco tempo conseguirá um milhão !

Onofre, homem cabreiro...

Começa então a pensar...

Não é a voz do meu Deus que eu estou ouvindo não!

Tenho certeza que essa voz....

É a voz da tentação !

_ Realmente eu não sou Deus

Meu caro amigo Onofre!

Sou o chefe dos bacanas

Que conseguiu muita grana

Sem precisar trabalhar

A máquina faz tudo sozinha

É só apertar um botãozinho

Para o dinheiro rolar !

De repente uma voz mais mansa... mais branda...

Começa a lhe falar:

Meu filho. Sou eu o seu Deus...

Sou eu a voz da razão que veio para lhe salvar.

Não caia em tentação !

Com o dinheiro das máquinas modernas

Sua vida só vai piorar !

Continue a olhar para o chão

Onde caça o seu níquel

Mas tenha outra visão...

Observe o solo fértil...

Faça a sua plantação...

E desta planta virá

O alimento que será

A sua eterna salvação !

Maria Lamanna

Rio Preto-MG

Maria Lamanna
Enviado por Maria Lamanna em 21/10/2011
Reeditado em 12/05/2017
Código do texto: T3289227
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