Eu e a psicanálise

Se eu pudesse dizer de algo que tenha me atravessado desde os tempos da adolescência, esse algo seria a psicanálise. Bem cedo me apaixonei por esse modo de investigação da psiquê humana.

E é através dela que eu venho me constituindo enquanto pessoa a quase trinta anos. Houveram momentos em que fui acompanhada por psicanalistas. Esses momentos foram fundamentais para mim. Mas não desprezo a importância do caminho que percorri sozinha, lendo, pesquisando e estudando acerca da psicanálise. Quem se propõe a uma investigação dessa natureza passa horas de cinquenta minutos na clínica mas segue toda a vida fora dela. Não há como engatar marcha-à-ré. Um vez iniciado o processo de análise só é possivel seguir em frente.

Achei importante pontuar isso porque ando mergulhando em mim em busca do amor que me move. Nesse mergulho me deparo com o ato de escrever, a vocação de ensinar, o desejo de compartilhar etc. Mais sinto que essas práticas ainda não são a essência de mim.

Me lembro da garotinha de treze anos que leu sobre Freud pela primeira vez e se encantou com a idéia de que poderia ser mais que uma. Talvez naquele momento eu não tenho compreendido a extensão do que seria o Id, o Ego e o Superego. Mas esse anúncio abriu para mim um leque infinito de possibilidades. E fez com que eu me enamorasse pela psicanálise.

Norma de Souza Lopes