SAUDADE
Dói mais que navalha cortando o fio da carne esta espera, que nunca desespera e quase nunca se concretiza.
Dói mais que um corte com gilete esta angústia de esperar o amanhã, que nunca vira presente e quase sempre é poeira do passado, que não volta – jamais.
Dói mais que um corte com gilete esta angústia de esperar o amanhã, que nunca vira presente e quase sempre é poeira do passado, que não volta – jamais.
Dói mais que pancada no seio esta vontade de segurar a sua mão, como se contasse um segredo já revelado por seus lábios, molhados de sonhos e desejos, escritos em nossos olhos, que sangram de saudade...
Dois mais que um cisco no olho sonhar com nós dois viajando neste misterioso tempo de amar sem tempo para nos encontrarmos...
Dói mais que unha encravada este amor que se insinua como um milagre da vida, mas não tem tempo para acontecer...
Dói tanto quanto um abraço contido, esta saudade de nós...
Qque ameniza - ou seria se fortalece? - quando ouço a sua voz.