SAUDADE 
 


Dói mais que navalha cortando o fio da carne esta espera, que nunca desespera e quase nunca se concretiza.

Dói mais que um corte com gilete esta angústia de esperar o amanhã, que nunca vira presente e quase sempre é poeira do passado, que não volta – jamais.
 
Dói mais que pancada no seio esta vontade de segurar a sua mão, como se contasse um segredo já revelado por seus lábios, molhados de sonhos e desejos, escritos em nossos olhos, que sangram de saudade...

Dois mais que um cisco no olho sonhar com nós dois viajando neste misterioso tempo de amar sem tempo para nos encontrarmos...

Dói mais que unha encravada este amor que se insinua como um milagre da vida, mas não tem tempo para acontecer...

Dói tanto quanto um abraço contido, esta saudade de nós... 

Qque ameniza - ou seria se fortalece? - quando ouço a sua voz.
 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 19/11/2011
Reeditado em 19/11/2011
Código do texto: T3345457
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.